Um amor verdadeiro

Chris não aguentava mais seus pais brigando, todos os dias era a mesma coisa, ele não sabia o porquê de tanta briga, mas queria que aquilo acabasse, porem nenhum dos dois parava para lhe escutar, por isso, quando essas brigas começavam, o menino logo corria para sua tia.

Annie estava em sua cozinha, comendo o bolo de chocolate que tinha acabado de fazer, quando sua campainha toca, o que ela achou estranho, já que era muito tarde para uma visita. Mas não se surpreendeu ao encontrar seu sobrinho do outro lado.

-Entra- disse para o menino- Tem bolo na cozinha se quiser.

-Obrigada Tia- disse ele.

Já era tão normal, que ela nem se assustava mais, toda vez que isso acontecia, simplesmente arrumava algo para seu sobrinho fazer, pois não iria adiantar tentar explicar o que estava acontecendo.

Chris foi para a cozinha, que assim como seu pai, ele adorava comer, ainda mais se fosse um delicioso bolo de sua tia. Enquanto ele comia, pensava o porquê de tanta briga.

-Chris, querido, você tem aula amanhã, que tal terminar de comer para poder dormir?

-Ah não, não quero dormir agora- ele bem que tentava, mas nada iria fazer essa mulher mudar de ideia

-Vamos, nada de desculpa, já para o banheiro escovar o dente e cama mocinho.

Mesmo a contragosto, o menino foi. Enquanto em uma casa a “paz” reinava, na outra o moreno tentava entender onde tinha errado, porque se casar com alguém tão chato, que não te entendia? A é, achava que amava ela, como o tempo passa em?! –Pensou o moreno, enquanto sua “esposa” descia as escadas com uma mala.

-O que é isso? Vai embora? - Perguntou curioso

-Eu não, você vai.

-E porque eu faria isso?

-Por que eu não divido mais o mesmo teto que você.

-Sou obrigado a concordar, eu vou embora sem questionar, porque eu não quero mais brigar, muito menos olhar na sua cara.- disse ele, enquanto pegava suas malas e ia para a porta.

-E avisa sua amiguinha, que meu filho não irá mais para lá.

-Você pode até tentar isso, mas não vai conseguir. Não tente afastar meu filho dela, porque a briga será muito pior. –Ele não esperou uma resposta, apenas saiu.
Annie estava contando uma história para o menino, mas antes de adormecer o menino disse algo que surpreendeu a menina mulher

-Tia, obrigado por ser essa mãe que eu nunca tive, por cuidar de mim e do cabeça dura do meu, eu te amo.

-Aí meu amor, eu também te amo, e eu sempre irei cuidar de você e do seu pai.

Eles ficaram abraçados, até o menino pegar no sono. Quando a campainha tocou, que a morena se tocou que tinha ficado muito tempo olhando Chris dormir. Ela cobriu ele, lhe deu um beijo e foi ver quem estava – mais uma vez- em sua porta aquela noite, como antes, não foi surpresa encontrar um moreno, dessa vez maior, mais forte e com uma mala, essa última sim surpreendeu ela.

-Dessa vez foi definitivo? –Perguntou ela, enquanto via ele sentar em seu sofá

-Você pode me lembrar o porquê de eu ter me casado com essa mulher?

-Você disse que a amava, me fez aguentar poucas e boas, para chegar nisso, não reclame, a culpa é sua

-Nossa, que amiga hein?!- disse indignado, enquanto deitava a cabeça em seu colo.

-Cabeça de alga, você quer que eu diga o que? Que eu sinto muito? Desculpa, mas eu não sinto. Eu sempre te avisei, nunca gostei dela, sempre falava o que ela aprontava, e mesmo assim você insistia em dizer que a amava. Então, apenas peça o divorcio, e acabe com isso.

“O Chris está sofrendo com todas essas brigas, ele não entende o porquê de vocês brigarem tanto, e acho que nem eu consigo entender. ”

-Ela nunca aceitou nossa amizade, aceita ainda menos o fato, do próprio filho gostar mais de ficar aqui do que lá. Ela acha que você está nos roubando dela.

A morena não aguentou, a risada veio sem esforço algum. Tantos anos se passaram, e aquela mulher ainda sente ciúmes de mim? Só pode ser palhaçada –pensou Annie

-Você está brincando? Quando sua querida esposa vai entender?

-Não vai. E por favor não se irrite com o que eu irei falar- a morena parou de rir, para prestar atenção no que estava chegando, mas no fundo ela sabia que não ia gostar, e ia arrumar confusão.

-Não peça, o que você sabe que não vai acontecer, fala logo.- o moreno até levanto, pois sabia que só assim conseguiria segurar a fera.

-Ela disse que você nunca mais irá chegar perto do Chris.

Annie ficou olhando para o Percy esperando que o moreno risse, porque aquilo só podia ser uma piada, das piores possíveis ainda.

-Você está brincando? –Ele apenas negou- Ótimo, então eu acho que está na hora de ter uma conversinha com essa mulher.

-Não, deixa isso para ela, ela não vai conseguir deixar você longe do meu filho...

Antes que os dois pudessem raciocinar o que estava acontecendo, um ser pequeno apareceu na visão de ambos, e ali eles viram que as coisas iam ser complicadas.

-Como assim me separar da minha tia? - Perguntou Chris, enquanto esfregava seus olhos de sono

-Meu amor, você não deveria estar dormindo –perguntou a morena, enquanto via o menino ir em direção ao pai.

-Estava, mas a minha tia não se encontrava do meu lado- Ela apenas riu e deu um beijo em sua cabeça- Agora, que história é essa de me separar da minha tia?

-Filho, eu não acho que é uma boa hora para falar disso. Esta tarde, estamos com sono, amanhã será um dia longo para todos, e esse é um assunto bem delicado. Mas eu quero deixar claro, ninguém te separa da sua tia.

O menino apenas assentiu, deu um beijo e seu pai e na sua madrinha, e foi para seu quarto....

(...)

O tempo passou muito rápido, a forma como tudo aconteceu foi impressionante. Percy acabou ficando um tempo na casa da Annie, até achar uma que ele gostasse. Chris sofreu muito durante todo esse tempo, sua mãe estava pior que de costume, não deixava o menino chegar perto da casa que ficava na esquina, e nada que Annie ou Percy fizesse conseguia fazer aquela doida mudar de ideia….até um dia pelo o menos.

O dia do divórcio chegou, Percy estava uma pilha de nervos, não sabia o que fazer, e Annie nem poderia estar com ele hoje, pois tinha que trabalhar. Chris também estava ali, e não parecia estar muito bem, e isso estava preocupando muito seu pai.

-Filho –disse chamando a atenção dele- O que você está sentindo?

-Só estou cansado pai, nada demais.

-Não minta para mim Christopher, me diga o que está acontecendo.

Antes que o menino pudesse responder, todos foram chamados para a sala, onde deixaria de existir uma Sra. Jackson, mas antes deles fecharem a porta, uma morena sem folego passou por ela. O que foi a felicidade de Chris e alivio de Percy

-Ainda bem que deu tempo de chegar- disse indo se sentar na cadeira da janela, enquanto dava um sorriso sem graça.

-Bom, estamos aqui para a separação de Perceu Jackson e Rachel E. Dare, e para a guarda do menor Christopher Dare Jackson. Podemos começar...

O advogado da ruiva dava “provas” e mais provas que Percy traia sua esposa, e que o menor não tinha a atenção de seu pai. Annie já estava querendo matar aquela mulher mesmo, mas ela sabia que ali não podia fazer nada, por isso ficou quieta, esperando para ver o que ia acontecer.

Percy estava com medo, mesmo com sua melhor amiga ali, ela sabia que não seria fácil o que estava por vir, Rachel não iria facilitar em nada essa separação. Quando foi sua vez de falar, explicou o que realmente tinha acontecido, mas parecia que o juiz não estava acreditando muito, até falar com Chris.

-Chris, só estamos nós aqui, quer me contar o que você sabe de toda essa confusão?

-Eu sei que meus pais sempre brigavam, que minha mãe não parava em casa, que não gostava da minha madrinha. Por isso, quando eles brigavam eu saia de casa, e ia para a casa da minha tia, ela que me levava na escola, que me buscava, e quando meu pai não podia, quem ia na reunião era ela. Ela é mais minha mãe, que a Rachel. Ela –Rachel- me deixa falar com a minha tia, desde o dia que meu pai saiu de casa.

“Ela acha que assim, será uma boa mãe, e fará com que eu fique com ela. Eu não quero ficar com ela, quero ficar com meu pai, ele me dá atenção mesmo que esteja no trabalho, quero ver meus tios que me levam para jogar bola e minha madrinha que cuida de mim e sabe o que eu sinto sem que eu precise falar”

O juiz escutou tudo, e sabia que se essa criança fosse um pouco mais nova, iria acabar escolhendo errado. Ali ele viu que as aparências enganam

-Chris, o seu pai e a sua tia têm uma relação a mais? Ele já traiu sua mãe?

-Não para ambas as perguntas. Eles sempre foram amigos, brincam, brigam, cuidam um do outro, como eu cuido da minha melhor amiga. Minha mãe mente, assim como aquele cara que ela trouxe com ela.

Depois de conversar com o menino, e dar uma pausa para o almoço, onde ele viu que o garoto correu para o pai e para a tia, ele tomou uma decisão. Rachel achava que estava tudo a seu favor, só achava

1 hora, foi o tempo necessário para o juiz pensar no que ia fazer, e dar sua sentença para os ali presente.

Rachel bem que tentou recorrer, mas não conseguiu nada, perdeu o marido e o filho. Annie estava feliz por ter seu pequeno de volta, e seu melhor amigo não conseguiu tirar o sorriso do rosto, como poderia, agora estava tudo bem, como sempre deveria ser.

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